Comissão de ética
PS é o mais profissional na recolha de informação
Socialistas recrutaram mais meios para se preparar para as audições e até têm um assessor só para a blogoesfera.
Notícias publicadas na imprensa e informação institucional das empresas são as principais fontes consultadas pelos deputados para prepararem o trabalho nas audições que estão a ser realizadas na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura para avaliar a liberdade de expressão em Portugal. Os meios à disposição de cada coordenador é que variam consoante o grupo parlamentar.
O PS é o grupo parlamentar que tem mais recursos envolvidos. Segundo explicou ao DN o coordenador dos socialistas, João Serrano, "além do assessor que normalmente dá apoio à Comissão de Ética, foi ainda destacado um assessor à 1.ª comissão e chamei ainda um terceiro elemento para me apoiar em termos de blogoesfera". "A blogoesfera não pode ser considerada uma fonte de informação fidedigna, mas aí circula muito material, é o meio por excelência em que as pessoas exprimem as suas dúvidas e opiniões", explicou. Depois da pesquisa de toda a informação, antes de cada audição, os deputados do PS pertencentes à comissão reuniam-se para tentar seleccionar umas trinta perguntas. "E após cada audição fazemos o ponto da situação face às respostas dadas."
Já no maior partido da oposição, os deputados tiveram apenas a ajuda de um assessor. O deputado do PSD, Pedro Duarte, garantiu ao DN que a maior parte do trabalho foi realizado "pelos deputados, pois estão todos bem conscientes do que se passa". O social-democrata explica que no início dos trabalhos, a "leitura de jornais foi bastante importante para compararmos datas e declarações dos envolvidos, que depois nos permitiram descobrir contradições". Pedro Duarte classifica ainda a preparação como "normal", destacando apenas as reuniões entre os deputados em que se "definiu a estratégia" para a comissão.
Cecília Meireles, coordenadora do grupo parlamentar do CDS-PP na comissão de Ética, explica que teve a ajuda de um assessor do grupo parlamentar para recolher a informação existente na imprensa e sobre as empresas envolvidas neste caso. "E já tenho muitos dossiers com informação, mas estão todos muito organizados", frisa. De posse de toda a informação, a deputada tenta reconstituir os factos. "As perguntas que faço nas audições têm a ver com espaços em branco que não consegui preencher ou contradições que li."
A coordenadora do BE, Catarina Martins, explica que antes do início dos trabalhos, tanto ela como o deputado João Semedo fizeram um extenso trabalho de pesquisa na imprensa no sentido de perceber quais os pormenores, datas e protagonistas envolvidos no negócio PT/TVI, mas também sobre questões mais gerais relacionadas com os grupos de comunicação social e as condições laborais dos jornalistas. Já com a pesquisa feita, "antes de cada audição, eu e o João Semedo trocamos impressões sobre as questões a colocar às pessoas que vão ser ouvidas", remata.
O PCP limitou-se a dizer ao DN que a preparação foi feita pelo "colectivo", um grupo de trabalho onde está incluído o "vice" da Comissão de Ética, João Oliveira, e "três ou quatro pessoas do PCP, que não são necessariamente deputados".
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