Governador do Banco de Portugal diz que ficou "surpreendido" pelos valores do défice
Vítor Constâncio defende aumento dos impostos indirectos, como o IVA
02.02.2010 - 14h03
Por Inês Sequeira
Rui Gaudêncio
Vítor Constâncio
O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, defendeu hoje que os impostos indirectos, como o IVA, vão ter de aumentar nos próximos anos para se conseguir reduzir o défice orçamental para uma meta abaixo de três por cento do PIB (produto interno bruto) em 2013.
Vítor Constâncio, que falava à saída de uma conferência sobre o Estado e a competitividade da economia portuguesa, confirmou como exemplo de uma medida necessária a eventual subida do IVA para 21 por cento.
"Estamos numa situação em que o ponto de partida é agora mais difícil para chegarmos a 2013 com um défice inferior a três por cento do PIB, nesse contexto presumo que alguma coisa terá de ser feita", afirmou o governador do banco central.
Constâncio chamou também a atenção para a necessidade de "continuar a trabalhar" em políticas económicas como a reforma da Segurança Social ou o Código do Trabalho e não colocar "demasiadas expectativas nos Orçamentos do Estado". "É muito importante reduzir os valores da energia e das telecomunicações para as empresas", exemplificou.
O governador do BdP admitiu que ficou "surpreendido" pelo valor do défice estimado pelo Governo para 2009 (9,3 por cento do PIB) e que é "muito importante" que se verifique a redução desse valor em 1 ponto percentual em 2010, de acordo com a previsão da proposta de Orçamento do Estado.
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