Governo discorda de Constâncio sobre o aumento dos impostos indirectos

OE 2010

Governo discorda de Constâncio sobre o aumento dos impostos indirectos

02.02.2010 - 15h30

Por PÚBLICO

Daniel Rocha

Vieira da Silva

O ministro da Economia, José António Vieira da Silva, afirmou hoje que o Governo não subscreve a opinião do governador do Banco de Portugal ao defender que poderá ser necessário aumentar os impostos indirectos.
“É uma opinião do doutor Vítor Constâncio, não é uma opinião que o Governo subscreva”, disse o ministro da Economia à margem de uma conferência promovida pela Antena 1 e Jornal de Negócios com o tema “O Estado e a competitividade da economia portuguesa”.
“Julgo que o Governo deu já, no Orçamento para 2010, um sinal bem claro daquilo que entende serem os instrumentos necessários para repor Portugal numa trajetória daquilo que vinha seguindo”, de consolidação orçamental, explicou o ministro.
Confrontado com as declarações do ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino, segundo as quais a opção pela energia nuclear deveria voltar a ser uma opção, Vieira da Silva recusou a opção e apontou as renováveis e a melhoria da eficiência energética como o caminho a seguir.
“Não acho, por várias razões. Portugal tem conseguido, com sucesso, alternativas que não passam pela energia nuclear”, disse, afirmando que até o custo afasta o nuclear como opção.
Durante a sua intervenção na conferência, Vieira da Silva defendeu que é imperativo no curto prazo estimular a economia, mas que este tem de acontecer com um necessário controlo das contas do Estado sob pena de agravar os custos de financiamento externo da economia.
Vieira da Silva elegeu ainda o carácter estrutural do desequilíbrio externo, a recuperação do equilíbrio das contas públicas e acelerar a mudança no actual contexto económico global como os maiores constrangimentos ao desenvolvimento da economia portuguesa, defendendo, no entanto, que a experiência na redução do défice dos últimos anos tem de ser valorizada.

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