Teixeira dos Santos admite aumento de impostos e Constâncio quer redução do défice "mais abrupta e severa"

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Teixeira dos Santos admite aumento de impostos

Luís Rego em Bruxelas
10/05/10 06:21

O ministro das Finanças abriu hoje a porta a um aumento de impostos como medida de consolidação para atingir um défice de 5,1% em 2011, o novo objectivo do Governo.

O anúncio foi feito já de madrugada em Bruxelas, à margem da reunião do Ecofin.

"Se [esse ajustamento] tiver de ser feito através de um aumento de impostos, temos de recorrer a uma solução dessa natureza. Não podemos recusar ou pôr de parte toda a panóplia de soluções que serão indispensáveis", afirmou Teixeira dos Santos.

Portugal vê-se obrigado a intensificar medidas de consolidação para acalmar os mercados que na sexta-feira lhe pediam juros por deter divida pública na ordem dos 6,26%, valor semelhante à Grécia em Fevereiro.

"Agora vamos com certeza adoptar medidas adicionais", disse o ministro, "para que Portugal possa continuar a estar nos mercados de dívida pública e possa continuar a financiar-se em condições de normalidade".

 

 

 

Banco de Portugal (act.)

Constâncio quer redução do défice "mais abrupta e severa"

Pedro Latoeiro
10/05/10 15:39

Vítor Constâncio assume a vice-presidência do BCE já no próximo 
mês.

O Governador do Banco de Portugal considera que o mega fundo europeu não é razão para os países relaxarem no combate ao défice. Portugal, escreve, tem de reforçar o PEC.

"A mudança do clima internacional tornou inevitável que o nosso ajustamento tenha que ser agora mais abrupto, mais rápido e mais severo", lê-se numa nota do banco central português assinada por Vítor Constâncio. Isto para "evitar ter que recorrer aos mecanismos financeiros de empréstimo agora criados e que implicariam a negociação de um programa envolvendo também o FMI".
A conclusão chega na parte final da nota: "torna-se necessária a adopção de novas medidas que, de forma convincente, reduzam o défice orçamental deste ano e do próximo, visivelmente mais do que se encontrava previsto no PEC".
Constâncio, que assume funções de vice-presidente do BCE em Junho, diz ainda que o mega fundo ontem criado - "uma extraordinária afirmação da determinação em defender o projecto europeu" -, não pode ser "erradamente interpretado pelos países que têm sido objecto de significativas tensões nos mercados financeiros", onde se inclui Portugal.

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